sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A crise do planejamento


NaNoWriMo às portas. A aflição também? Queria dizer que essa chega apenas para os despreparados que não planejaram nada, mas a verdade é que todos os escritores sentem aquela pressão, o 'frio na barriga' quando estão perto de iniciar uma grande obra. É claro que se planejar dá certa segurança, mas a tensão já se tornou natural, afinal, somos seres viventes e seres viventes sentem essas coisas.
A sensação é parecida com a preparação para uma viagem: podemos comprar as passagens, arrumar as malas e ligar para os parentes e amigos avisando que estamos de saída, mas sempre dá aquele nervosismo. Seja de ansiedade, alegria ou, o mais ruim, de preocupação. Será que o avião vai cair? Esqueci alguma coisa? Meu passaporte está regularizado? Mas podemos considerar essas preocupações também como naturais, como já disse, somos seres viventes e seres viventes se preocupam.
O que não podemos é deixar essa maldita preocupação destruir o prazer de uma atividade que deveria ser agradável. Não é nada legal ficar  a viagem toda checando a cada minuto as coisas nas malas, os documentos e pensando constantemente em acidentes. Assim nada se aproveita da viagem. Por que não focar na paisagem pela janela? Ler um livro? Escutar uma música?
Assim deverá ser nesse mês de novembro, deixar as preocupações de lado e curtir o lado bom de participar de uma maratona internacional de escrita - sinta o impacto desse evento, não é para qualquer um!
Bem, mas vamos voltar a falar sobre planejamento. Cada escritor tem sua maneira de planejar. Uns organizam em tópicos acontecimentos que ocorrerão no decorrer da sua narração, outros fazem resumos breves de cada capítulos e há também quem escreve um mega resumo do livro inteiro em uma folha.
Minha maneira de planejar é uma mistura de todas as três que citei acima. Faço parágrafos de tudo o que vai acontecer em cada capítulo e algumas anotações na margem sobre o que não devo esquecer, mas meus planejamentos têm geralmente quatro folhas de caderno frente e costa. Às vezes eu sinto que vou me empolgar demais na hora de planejar e escrever todo o livro naquele momento. Mas deixar tudo detalhado me dá segurança e não me deixa com muito medo de ficar dependente da inspiração (esse assunto abordarei na próxima postagem).
Resumindo tudo: não dá pra improvisar na hora da viagem,  não temos garantia de que vamos ter aquela parada para um lanchinho ou para comprar roupas. É bem melhor se prevenir, não é mesmo? Eu acho que sim, mas cada escritor é diferente, há quem gosta de sentir uma emoçãozinha a mais ao começar a escrever "sem rumo", há quem gosta de se arriscar desse jeito. Mas não é o meu caso.
Me considero extremamente desorganizada, mas, quando o assunto é livro novinho esperando para ser escrito, faço um esforço e me organizo na medida do possível.
E repito: planejar pode te ajudar a não ser um escritor dependente de inspiração e evita imprevistos desagradáveis, além de não dar aquele efeito de quebra de foco no meio da narrativa que acontece quando tentamos escrever na base do "espírito do momento".
Mas e você, gosta de se planejar? Qual seu tipo de planejamento?

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